terça-feira, 8 de maio de 2012
Mais um jornalista e ativista pelos direitos humanos é assassinado durante o regime de Pepe Lobo
08.05.12 - Honduras
Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital
Nesta semana, mais um ativista hondurenho perdeu a vida. Desta vez a vítima foi Erick Martínez Ávila, jornalista, da Organização Política Los Necios, defensor dos direitos humanos, em especial da população lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT) e fundador do Movimento de Diversidade em Resistência (MDR). O fato despertou a solidariedade de organizações sociais e ativistas do país inteiro, que estão pedindo a imediata investigação do crime.
O corpo do ativista de 32 anos foi encontrado ontem em uma vertente de água em Guasculile, aldeia do Distrito Central, com sinais de estrangulamento. Por estar sem documentos, o corpo foi conduzido ao necrotério de Tegucigalpa, onde deu entrada como desconhecido. Acredita-se que o assassinato tenha acontecido no domingo.
Erick era candidato a deputado pelo partido Liberdade e Refundação (Libre), em representação da Mesa de Diversidade Sexual e trabalhava ativamente pelos direitos da população LGBT. Por isso, uma das demandas das organizações ao Estado hondurenho é investigar se o caso se trata de um crime de ódio sexual.
Na manhã de hoje, após receber a confirmação de que o corpo encontrado era de Erick, os membros do Movimento de Diversidade em Resistência se manifestaram publicamente divulgando a trajetória de luta do ativista e oferecendo solidariedade à família. MDR também levantou a voz para repudiar o crime – o 23º contra jornalistas desde o início da gestão Pepe Lobo e o 20º contra a comunidade LGBT.
Exigem empenho no esclarecimento do assassinato e a captura do responsável direto e garantem que não permitirão "que este seja outro crime de ódio que se manterá na absoluta impunidade”. Responsabilizam o Estado e seus corpos repressores pela escalada da violência e pela chamada ‘política de limpeza’ social. "Advertimos que apesar da dor que nos embarga pela perda física de nosso camarada, não desistiremos de nossa luta e da de Erick, pela construção de uma sociedade justa, diversa, laica e respeitosa dos direitos humanos”, completaram.
O jornalista Carlos Roberto Zelaya, membro representante em Honduras de Profissionais Latino-americanos/as Contra o Abuso de Poder (PLcAP), também manifestou sua indignação com a morte do companheiro de profissão e afirmou, como cidadão hondurenho, estar farto do cinismo, da hipocrisia, da maldade e da violência que os poderosos investem contra a população.
Roberto Zelaya criticou a repressão, principalmente contra companheiros da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) e do Libre e chamou a população a acordar e a identificar o rosto dos que a humilha.
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