terça-feira, 8 de maio de 2012

Caravana e Tribunal Permanente dos Povos vão denunciar violência e consequências dos tratados de livre comércio

Entrevistas 08.05.12 - México Natasha Pitts Jornalista da Adital Adital Organizações sociais mexicanas que lutam contra a violência e o livre comércio no país estão preparando para os dias 25 a 31 de maio uma caravana que começará e terminará na Cidade do México. Em Ciudad Juárez, no estado de Chihuahua, uma das paradas da caravana, as organizações e participantes vão presenciar, nos dias 28 e 29, a Audiência Inicial do Tribunal Permanente dos Povos (TPP). Para conseguir realizar o percurso de forma tranquila, com segurança e trânsito livre para a passagem dos manifestantes, o Comitê Promotor está pedindo apoio de organizações internacionais solidárias com a população mexicana. Pedem que escrevam para o presidente Felipe Calderón solicitando a garantia da "integridade física de seus participantes, o pleno respeito de seus direitos humanos e a liberdade de trânsito pelo território nacional durante o recorrido”. Este pedido deve ser assinado com o nome da ativista e da organização e enviado aos endereços eletrônicos: gerardo.ruiz@presidencia.gob.mx(Presidência),secretario@segob.gob.mx(Governo), genaro.garcia@ssp.gob.mx(Secretaria de Segurança Pública), correo@cndh.org.mx (Comissão Nacional de Direitos Humanos) e tppmex@gmail.com (Oficina de apoio TPP Capítulo México). A caravana de denúncia sairá da Cidade do México e percorrerá San Salvador Atenco, Tlaxcala, Cerro de San Pedro, Zacatezas, Saltillo, Ciudad Juárez, Durango e voltará ao Distrito Federal. Durante os dias percorridos serão realizados atos em torno dos eixos: Guerra suja como violência, Feminicídio e violência de gênero, Devastação ambiental, Migração, Desinformação, censura e violência; e Violência contra o milho. Durante a realização da caravana, um dos momentos mais importantes será a realização do Tribunal Permanente dos Povos. Nos dias 28 e 29 o TPP será instalado pelo Comitê Promotor - Capítulo México com o objetivo de colocar o Estado no banco dos réus e, simbolicamente, julgar a responsabilidade das autoridades governamentais sobre os efeitos do tratado do livre comércio entre Estados Unidos e México. A escolha de Ciudad Juárez - considerado o município mais perigoso do mundo e importante pólo de escoamento de drogas - não foi por acaso, de acordo com os organizadores do TPP, a cidade é um exemplo das implicações negativas dos resultados do acordo de livre comércio, que são "mortes e a destruição da vida comunitária”. Denunciar a violência estrutural que assola todo o México também será um dos objetivos do TPP e da caravana. O Tribunal Permanente dos Povos também acontece para "evidenciar os mecanismos de simulação e desvio de poder que o Estado Mexicano exerce sistematicamente contra a justiça e os povos e em favor de poucos”, assinalam. O capítulo México do TPP se reúne desde outubro de 2011 e continuará até 2014. Ao final das atividades deste ano, os integrantes do Tribunal vão examinar as causas da violação dos direitos fundamentais e se pronunciar se estes direitos foram ou não violados. Se as violações forem confirmadas os autores delas serão denunciados à opinião pública internacional. Apesar de se utilizar das características de um julgamento, o TPP é simbólico. Sua realização é uma ferramenta de denúncia pública com o fim de dar visibilidade às violações massivas de direitos humanos individuais e coletivos e aos direitos dos povos, quando eles não encontram justiça em instâncias nacionais e internacionais.

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