A fundação do Partido Socialismo e Liberdade foi capitaneada
por diversos grupos políticos, militantes socialistas e intelectuais de
esquerda, logo após a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) ao Palácio do
Planalto. Com a chegada de Luís Inácio Lula da Silva à presidência, o PT passou
a viver um período de muitas tensões internas. Uma parte significativa de seus
militantes estavam descontentes com os rumos do governo, pois sinalizava, a
cada dia, o abandono do socialismo como horizonte estratégico e a defesa de
projetos prejudiciais ao povo brasileiro.
O estopim foi a aprovação da Reforma da Previdência do setor
público. Este nefasto projeto, sempre combatido pelo PT quando era oposição ao
governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi imposto pelo governo Lula como
uma de suas prioridades. A então senadora Heloísa Helena e os então deputados
federais Luciana Genro, Babá e João Fontes foram expulsos do PT por irem contra
a orientação do governo e votarem a favor do povo brasileiro.
Sem alternativa política à esquerda que pudesse abrigar os
lutadores pelo socialismo, estes parlamentares iniciaram um movimento nacional
pela fundação de um novo partido, de esquerda, socialista e democrático.
Buscando obter registro permanente na Justiça Eleitoral, o partido obteve quase
700 mil assinaturas a favor de sua fundação, mas os cartórios eleitorais só
concederam certidões a 450 mil dessas assinaturas.Uma nova tentativa de
apresentar assinaturas válidas foi realizada pelos organizadores do partido em
1 de setembro de 2005. Em 15 de setembro, o registro definitivo foi obtido.
Após a legalização, uma “segunda onda” de descontentes com o
PT ingressou no PSOL, em 2005, entre eles, os então deputados federais Ivan
Valente, Chico Alencar, Maninha, João Alfredo, os deputados estaduais Afrânio
Boppré, Randolfe Rodrigues, Carlos Gianazzi e Brice Bragato, além de
personalidades, militantes e intelectuais como Plíno de Arruda Sampaio, Marcelo
Freixo, entre outros.
Hoje, nove anos após a sua fundação, o PSOL se destaca no
cenário nacional por ser um partido coerente, ético, combativo e de esquerda.
Neste período, o partido ficou conhecido por ações como a CPI das Milícias, no
Rio de Janeiro; as CPIs da Dívida Pública, do Trabalho Escravo e do Tráfico
Humano; a árdua luta pelo meio ambiente, contra a MP da grilagem e contra o Código
Florestal; nas manifestações contra Sarney e Renan Calheiros. Mais
recentemente, o PSOL também ficou conhecido por ter solicitado a cassação do
senador Demóstenes Torres (DEM), por envolvimento com a quadrilha de Carlinhos
Cachoeira, na luta pelos 10% do PIB para a Educação, na defesa do casamento
civil igualitário, entre diversos outros temas.
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