quarta-feira, 6 de junho de 2012

Marcha das Águas de Itacuruba inaugura a Cúpula dos Povos

Nodomingo dia 3 de junho foi realizada a Marcha das Águas com o tema Não Queremos Usina Nuclear em Pernambuco,no Nordeste e no Brasil, que percorreu o trajeto de 12 km do trevo até acidade de Itacuruba. Cerca de 1800 pessoas entre indígenas, quilombolas,movimentos sociais do campo e da cidade, populações urbanas, igrejas, homens,mulheres, idosos, muitos jovens e crianças acompanharam o trio elétrico e aBanda Fé e Axé, juntamente com Roberto Malvezzi e outros representantes deentidades organizadoras que mantiveram a animação do público durante a Marcha,entoando cânticos e músicas cujas letras estavam em uma cartilha, amplamentedistribuída aos participantes. ARio+20 – particularmente a Cúpula dos Povos – começa hoje, aqui em Itacuruba, estefoi o lema presente em quase todas as mensagens transmitidas durante a Marcha, realizadaem pleno Sertão de Pernambuco, região fortemente atingida pela seca. Oprincipal objetivo de todas as pessoas presentes era a defesa das águas do RioSão Francisco e o protesto contra o projeto governamental de instalar uma UsinaNuclear na região. Itacuruba recebeu o povo ribeirinho vindo de municípios daBahia, Sergipe, Alagoas, além de cidades próximas e da capital pernambucana. Logoa partir das 6 horas da manhã, começaram a chegar as primeiras caravanas e quemchegava participava do café comunitário ao mesmo tempo em que ouvia falas quedavam o tom da marcha: “A marcha que vamos realizar hoje é apenas uma etapa. Amanhãhaverá o enfrentamento, pois do outro lado está o modelo que quer privatizar emercantilizar a água. Esta caminhada é para nos treinar a enfrentar esse modeloque quer fazer da água uma mercadoria”, enfatizou o padre Sebastião, da Diocesede Floresta. Notrevo que dá acesso à cidade, local da concentração, representantes dos povosindígenas foram convidados para conduzir a abertura. O índio Manoel Antônio doNascimento, pajé da aldeia Pankará, fez uma saudação às entidades divinas e ao PaiTupã pedindo proteção. Alonga caminhada em baixo do sol forte do Sertão chegou à praça principal dacidade de Itacuruba, onde os pronunciamentos foram intercalados com asapresentações de artistas dos povos ribeirinhos, dentre eles a do cantor ecompositor Jean Ramos e de dois mímicos, de Jatobá; o grupo de xaxado Educartede Itacuruba; a encenação dos alunos da Escola Municipal Prof. FranciscoFerraz, a ciranda do Grupo da Melhor Idade, o espetáculo de dança Planetinha doProjeto Renascer e o grupo de Vaqueiros de Floresta, que acompanhou toda aMarcha. Naocasião foi apresentada a “Carta de Itacuruba” e a “Carta das Crianças”, ambasproduzidas durante a Marcha e enviadas para a presidente Dilma Rousseff apartir da Cúpula dos Povos, na Rio+20. O encerramento da Marcha foi marcadopela celebração ecumênica que reuniu lideranças religiosas católicas,evangélicas, indígenas e quilombolas e com o almoço comunitário. AMarcha das Águas foi organizada pela Articulação Popular São Francisco Vivo,Projeto Cultura de Paz e Diocese de Floresta, teve o apoio do MovimentoEcossocialista de Pernambuco (MESPE), Kinder Missionswerk, CESE, Prefeituras eGRE Floresta. Histórico da Luta AntiNuclear na região OProjeto Cultura de Paz, a Diocese de Floresta e outros parceiros como aArticulação Popular São Francisco Vivo e o Movimento Ecossocialista dePernambuco (MESPE), junto com os povos indígenas, quilombolas e demais povos daregião vem contribuindo com mobilizações que visam impedir qualquerpossibilidade do governo brasileiro instalar Usinas Nucleares na região ou emoutras partes do país. Emoutubro de 2011, a Caravana AntiNuclear formada por diversas organizaçõespercorreu quatro cidades de Pernambuco, dentre elas Itacuruba, levandoinformações à população acerca dos impactos da energia nuclear. No dia 9 denovembro foi realizado uma Audiência Pública no município convocada pelo FórumInterinstitucional de Defesa da bacia Hidrográfica do Rio São Francisco paradiscutir a instalação da usina nuclear. Desde então, assinaturas estão sendocoletadas para embasar uma Proposta de Emenda Constitucional que, dentre outrascoisas, visa “vedar a construção, instalação e o funcionamento de usinas queoperem com reatores nucleares para a produção de energia elétrica em qualquerponto do território brasileiro”. NaMarcha houve também coleta das assinaturas, o que está em andamento na regiãoatravés das escolas, igrejas e outras organizações comprometidas com a vida doRio São Francisco e seu povo. Assessoria de comunicação Para maiores informações consulte o portal: www.mespe.com.br

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